quinta-feira, 27 de agosto de 2009

"Todas as cartas de amor são ridículas"

Estive pensando... - e tive muitas coisas pra pensar.
As pessoas, quando apaixonadas, tornam-se ridículas e isso já é de conhecimento popular. Mas por que eu acho isso? Sempre gostei de me apaixonar, certo?
Errado.
Eu nunca falei tão abertamente da minha vida, com tantos detalhes como os que serão dados hoje, num blog. Nunca me abri com uma tela de computador que não me vai responder, mas, quando eu era mais nova, blog era conhecido como "diário virtual" e eu sei que este blog não possui leitores, então, estou escrevendo no meu diário.
Bom, vamos lá...
Eu estou saindo de um namoro agora e não foi por escolha minha. Juro a qualquer um que esteja lendo isso, e juro a mim mesma, que eu fiz o que foi possível. Fiz o que a minha mente adolescente e fraca pôde fazer pra que fosse tudo mantido estável e bem, mas errei e errei muito, só que eu não creio que simplesmente jogar os meus erros na minha cara seja a solução, certo? Certo.
Acho gente apaixonada ridícula, mesmo gostando de me apaixonar, porque eu não me apaixonei o tanto de vezes que eu achei que havia me apaixonado. Esse último namoro me mostrou isso.
Eu nunca tive vontade de lutar por ninguém - tanto que meu ex, com quem eu ainda mantenho contato, disse "Nossa... VOCÊ lutando por alguém???" - porque nunca achei que alguem valesse tanto a pena.
Mentira.
Uma vez. Uma. Quando eu tinha quatorze anos. Eu estava convencida de que havia encontrado o homem da minha vida - hahahaha, pateticamente, aos quatorze anos - e por ele eu lutei. Mas de nada valeu. Ele terminou comigo e um ano depois, eu ainda apaixonada, óbvio, ele me falou umas coisas que me doeram muito e adoeci. Simples assim, ele falou, eu adoeci.
Fiquei uma semana sem comer absolutamente nada, eu não tinha vontade de comer. Não tinha vontade de sair da cama, não tinha vontade de beber água, não tinha vontade de ficar no computador (e quem me conhece deve estar boqueaberto ao ler isso), não tinha vontade de conversar, nada. Sinceramente, eu só queria morrer e deixar de comer foi um jeito que meu corpo achou pra realizar minhas vontades, já que a vontade de ficar com aquele cara não teria como vir à realidade.
Não sei o que aconteceu. Lembro de poucas coisas do meu relacionamento com aquele rapaz, minha mente bloqueou grande parte. Se eu fuxicar bastante, eu lembro de algumas, mas raras.
Eu não lembro da voz dele, de maneira alguma, mas lembro que ela era aveludada e bastava ele falar alguma coisa, fosse o que fosse, que eu esquecia de tudo, inclusive de respirar. E lembro perfeitamente dos olhos dele olhando nos meus, como se estivessem o mais fundo o possível.
Talvez este moço seja o motivo pra eu ter gostado tanto de Crepúsculo e ter chorado tanto com Lua Nova. Eu me identifiquei. Primeiramente, com a Bella, desajustada e desajeitada. Depois, com ela se apaixonando pelo Edward, que representava algum perigo - embora "meu Edward" fosse manso e sereno eu via algum perigo ali... Depois explico como o achei -, aquela paixão intensa, que ela se perde apenas de sentir o cheiro dele, e depois me identifiquei com a Bella e seu estado catatônico depois de ser abandonada pelo Edward.
Foi aí que achei o perigo do meu vampiro. Ele tinha minha vida nas mãos dele, eu me entreguei completamente e praticamente me joguei num abismo: não havia nada para me segurar.
Meu mundo era aquele homem e quando ele me deixou, eu senti que perdi tudo. Claro, meus amigos foram pacientes comigo. Minha mãe, nem se fala... Quantas noites ela não me aguentou na cama dela chorando, querendo o rapaz de volta.
Mas... Depois de mais de um ano perseguindo meu rabo, eu assumi que tudo estava acabado. Ele me iludia, falava que tudo um dia podia voltar, que ele poderia me dar outra chance.
Ele poderia me dar outra chance.
E eu acreditava. Acreditei por quase um ano e meio. Eu demorei a "voltar pro mercado" e não conseguia ficar firme com ninguém e assim foi por quatro anos. Por mais que eu achasse que estava apaixonada, eu me enchia das pessoas rápido demais porque eu sempre as comparava com o meu vampiro.
Até que chegou alguém que mudou tudo isso. Ele era perfeito nos seus defeitos.
Mas eu custei a descobrir, e descobri de uma maneira ruim, que eu não era a pessoa com quem ele queria ficar.
Eu, aparentemente, tenho uma tendência a me apaixonar por caras que querem estar com a ex. Dois de dois, já.
Mas, enfim. Este último namoro me fez finalmente superar todo o perrengue que eu havia passado com aquele inesquecível (mas "deletável", se é que isso ficou compreensível...). Não que eu tenha ficado com ele só pra esquecer o outro. Isso todos sabem que resulta no efeito contrário.
Mas com este último namoro, eu pude me entregar de novo sem medo, sem receio, sem as coisas ruins que haviam acontecido comigo. Eu pude entregar toda a minha parte boa. Mas o meu melhor não foi o suficiente.
Desta vez, porém, eu já havia criado barreiras naturais que se formam automaticamente. Depois de ter sofrido tanto da última vez, minha psique se recusou a me deixar passar pela mesma coisa de novo e eu assumi em "apenas" três semanas (se comparar com um ano e seis meses, é praticamente nada, vai, fala ai...) que acabou e não tinha como voltar.
O meu vampiro foi embora com grande parte de mim mas deixou algo muito bom.
Depois que ele me deixou, eu estava certa de que eu não seria mais feliz ao lado de ninguém. Esse ano eu descobri que isso não é verdade...
Sim, eu consigo ser feliz sozinha, mas percebam que eu estou falando de ser feliz ao lado de alguém. Eu havia encontrado alguém pra dividir isso das formas mais íntimas. Claro, posso dividir minha felicidade com os meus amigos e com a minha familia, mas algo continuaria faltando.
A vida continua. Eu entrei no meu estado de "cura", porque não vou negar... Eu estou mal. Eu estou mal para caralho. Eu senti novamente parte de mim ser arrancada. Sabe quando você tem um machucado feio e ele demora a cicatrizar e quando cicatriza, fica aquela marca feia e sensível? Então. Eu estava assim e deram um gole na fina película que estava se formando. A ferida abriu de novo e agora a dor é maior. Mas é mais fácil assumir no começo que acabou e não tem mais volta e nada do que eu faça vai mudar algo do que passar um ano nessa e passar por tudo aquilo de novo.
Mesma história, rostos diferentes.
Dar o meu melhor, fazer tudo o que eu posso, dar todo o carinho que eu consiga dar e ter toda a paciência que minha personalidade sagitariana permite pra ouvir que talvez, "um dia", ele quisesse voltar comigo... Sinto muito, mas não me peça pra passar por tudo aquilo de novo. Não me peça pra sofrer intencionalmente, me machucar todo dia ao ver a sua idiferença, a sua falta de vontade de falar comigo e ainda levar bronca por não estar falando com você...
Por favor, eu já tive um Edward.
O que eu preciso agora é de um Jacob, mas ao contrário da Bella, eu vou aproveitar! Especialmente se ele tiver a cara - e o peitoral, e os braços e a bunda e o cabelo - do Taylor Lautner, né...
Já ouviram alguma vez que as pessoas que mais fazem piada são as mais tristes? Elas fazem piada pra que ninguém se aproxime muito, pra quando o assunto estiver pessoal demais, elas poderem destoar, desconversar. Vocês acabaram de ver isso em ação.
Mas, poxa vida, este é o meu blog, eu comecei esse post pra poder desabafar. Não vou desconversar, né?
Como eu dizia, se um Jacob Black aparecesse pra mim, eu não ficaria me martirizando, pensando no vampiro que poderia um dia voltar. Com a Bella deu certo. Comigo não deu. E, na boa, eu prefiro usar as minhas experiências pessoas do que uma coisa que eu li num livro pra adolescente, né não?
Mas se aparecesse alguém amigo, cúmplice, que me respeite e que saiba priorizar...
Quando eu digo "que saiba priorizar" não quero dizer que esqueça dos amigos por minha causa. Pelo amor de Deus, isso seria um saco, né? Mas eu quero alguém que saiba a diferença entre "namorada" e "amiga". Que abrace na frente dos amigos, ande de mãos dadas, dê um beijo de vez em quando só pra que eu lembre que é comigo que essa pessoa quer ficar.
Mas o que eu preciso mesmo é de alguém que saiba lidar com a insegurança de uma pessoa que já foi trocada algumas vezes. Eu preciso de alguém que saiba afirmar que é comigo mesmo que ele quer ficar e isso seria por pouco tempo. Depois de uns dois meses, eu aprendo direitinho =)

Bom, caso algum amigo meu leia isso...
Eu só contei essas coisas, detalhadamente, pra uma pessoa. Só uma pessoa, tirando meu ex-namorado, sabe dos mínimos detalhes.
Na verdade, depois de ontem - ou antes de ontem - três pessoas sabem... Essas duas a mais estavam conversando comigo quando eu tive uma crise de choro.
Por favor, se eu não te contei, POR FAVOR, não pense que é porque você significa menos pra mim. Quer dizer apenas que eu ainda não estava pronta pra contar pra cada um dos meus amigos o que aconteceu. E agora eu falo num blog ao invés de contar cara-a-cara, que putaria é essa?
Seguinte... Se você tem o endereço deste blog, é porque você é um dos amigos pros quais eu contaria tudo o que tem me acontecido. Saiba também que aqui, embora eu tenha escrito coisa pra cacete, é apenas um resumo BEM por cima dos fatos. Peço tempo aos meus amigos. Tempo para me recompôr e desenvolver maturidade emocional suficente pra poder dar tantos detalhes quanto vocês mereçam ouvir.

E agora, o poema que deu origem a este post...

Todas as cartas de amor são
Ridículas.
Não seriam cartas de amor se não fossem
Ridículas.

Também escrevi em meu tempo cartas de amor,
Como as outras,
Ridículas.

As cartas de amor, se há amor,
Têm de ser
Ridículas.

Mas, afinal,
Só as criaturas que nunca escreveram
Cartas de amor
É que são
Ridículas.

Quem me dera no tempo em que escrevia
Sem dar por isso
Cartas de amor
Ridículas.

A verdade é que hoje
As minhas memórias
Dessas cartas de amor
É que são
Ridículas.



Álvaro de Campos

Um comentário:

Unknown disse...

bom, nao é só vc que lê o que vc escreve :D
eu não tenho experiência nenuma no assunto pra dar conselhos, mas se vc quiser um ouvido, já sabe que aqui tem um pra quando vc quiser falar - sem pressão
;D

to com saudade
beijo